segunda-feira, 15 de março de 2010

Pensamento e Vontade

“Ouvi e entendei: não é o que entra pela boca do homem que  contamina
 o homem,  mas o que sai de sua boca; isto sim, contamina o homem”.
Mateus, 15.11.

“... Porque a boca fala do que lhe transborda o coração”
Mateus, 12.34

A IDÉIA

A idéia é um elemento vivo de curta ou longa duração que exteriorizamos de nossa alma e que, exprimindo criação nossa, forma acontecimentos e realizações, atitudes e circunstâncias que nos ajudam ou desajudam, conforme a natureza que lhe venhamos a imprimir.

Força atuante - opera em nosso caminho, enquanto lhe asseguramos o movimento.

Raio criador - estabelece atos e fatos, em nosso campo de ação, enquanto lhe garantimos o impulso.

Expressa flor ou espinho, pão ou pedra, asa ou algema, que arremessamos na mente alheia e que retornarão, inevitavelmente, até nós, trazendo-nos perfume ou chaga, suplício ou alimento, cadeia ou liberdade.

O crime é uma idéia-flagelação que não encontrou resistência. A guerra de ofensiva é um conjunto de idéias-perversidade, senhoreando milhares de consciências.

O bem é uma idéia-luz, descerrando à vida caminhos de elevação. A paz coletiva é uma coleção de idéias-entendimento, promovendo o progresso geral.

Ê por essa razão que o Evangelho representa uma glorificada equipe de idéias de amor puro e fé transformadora, que Jesus trouxe à esfera dos homens, erguendo-os para o Reino Divino. Na manjedoura, implanta o Mestre a idéia da humildade.

Na carpintaria nazarena, traça a idéia do trabalho. Nas bodas de Caná, anuncia a idéia do auxílio desinteressado à felicidade do próximo. No socorro aos doentes, cria a idéia da solidariedade.

No sermão das bem-aventuranças, plasma a idéia de exaltação dos valores imperecíveis do espírito sobre a exaltação passageira da carne. No Tabor, revela a idéia da sublimação. No Jardim das Oliveiras, insculpe a idéia da suprema lealdade a Deus.

Na cruz da renunciação e da morte, irradia a idéia do sacrifício pessoal pelo bem dos outros, como bênção de ressurreição para a imortalidade vitoriosa. Nos mínimos lances do apostolado de Jesus, vemo-lo associando verbo e ação no lançamento das idéias renovadoras com que veio redimir o mundo.

E é por isso que, em nossas tarefas habituais, precisamos selecionar em nossas manifestações as idéias que nos possam garantir saúde e tranquilidade, melhoria e ascensão.

Não nos esqueçamos de que nossos exemplos, nossas maneiras, nossos gestos e o tipo de palavras que cunhamos para uso de nossa boca, geram idéias, que, à maneira de ondas criadoras, vão e vêm, partindo de nós para os outros e voltando dos outros para nós, com a qualidade de sentimento e pensamento que lhes infundimos, levantando-nos para o triunfo, ou impulsionando-nos para a derrota.

Evitemos o calão, a irritação, o apontamento insensato, a gíria deprimente e a frase pejorativa, não apenas em nosso santuário de preces, mas em nosso intercâmbio vulgar, porque toda expressão conduz à inspiração e pagaremos alto preço pela autoria indireta do mal.

Somos hoje responsáveis pela idéia do Senhor no círculo de luta em que nos situamos. E é indispensável viver à procura do Cristo, para que a idéia do Cristo viva em nós.

Emmanuel

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